Hoje comemoramos o Dia de Tiradentes, Líder da revolta anti-colonialista, Inconfidência Mineira, Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, foi enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792. Entre os protestos da revolta, estavam os altos importos cobrados por Portugal. As influências vinham do Iluminismo e dos liberais franceses.
Com grande prazer apresento o seguinte texto para refexão:
APRESENTAÇÃO
Gilberto Dimenstein
Por favor, leitor, imagine a figura de Tiradentes.
Conseguiu? Facílimo, ele está em todos os livros escolares. Claro que veio à sua cabeça aquela figura magra, sem camisa, cabelos e barbas longas, olhos tristes e profundos.
Lamento: você foi vítima de uma empulhação.
Tiradentes foi enforcado em 21 de abril de 1792 e esquartejado. Mas só duzentos anos depois, nas comemorações do bicentenário de sua morte, foi divulgada com mais clareza a informação de que aquele herói, parecido com Jesus Cristo, nunca existiu.
Documentos comprovam que na casa do nosso mártir foram encontradas duas navalhas e um espelho. Além disso, sabemos que, naquela época, os presos eram proibidos de usar barbas e cabelos longos. No mais, Tiradentes era soldado da Polícia Militar, que, em seu regimento, exigia cabelo curto e rosto escanhoado.
Por que, então, aquela imagem tão reproduzida nos livros escolares? Explicação: os artistas, ávidos por esculpir um mártir capaz de facilitar a mobilização política, deram-lhe o aspecto de Cristo, sacrificado pelos romanos.
Mesmo com esta informação histórica, comprovada em documentos, não será fácil para você mudar a figura que tem de Tiradentes – está aí um acabado exemplo da força da manipulação da propaganda ao longo do tempo pelos meios de comunicação.
A verdade é que fomos feitos de bobos no banco escolar. Também é verdade que todos os dias continuamos a encenar esse incômodo papel, enganados por outros personagens e idéias com “barba de Tiradentes”.
Os jornalistas também não escapam e a imprensa, cuja missão é evitar a manipulação, freqüentemente cai nas armadilhas do poder, movido a esperteza e calculismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário